Postado por Daniel Morais em 08 de out de 2018
São Paulo – Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que passaram para o segundo turno das eleições presidenciais de 2018, fizeram aparições ao vivo remotamente no Jornal Nacional desta segunda-feira (08).
Eles responderam a questionamentos de William Bonner e Renata Vasconcellos sobre o compromisso democrático dos seus programas e suas campanhas. A ordem foi definida por sorteio, e Haddad falou antes.
O candidato petista citou “espírito desarmado” e se colocou “do lado da social-democracia e do Estado de bem-estar social”.
É o tom que a sua campanha já está adotando no segundo turno, de se colocar como centro democrático mas esquerda na economia: “O desenvolvimento para poucos não é desenvolvimento”, pontuou.
Perguntado sobre a ideia de convocar uma nova Constituinte, não prevista na lei, ele disse que o programa foi revisto, o que já havia sido sinalizado hoje pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Haddad disse que a ideia agora é fazer mudanças através de emenda constitucional – citando as reformas tributária, bancária e o fim do teto de gastos.
Perguntado sobre uma frase de José Dirceu em entrevista ao El País sobre “tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição”, Haddad o desautorizou:
“Não participa da minha campanha, não participará do meu governo e eu discordo da formulação dessa frase”.
Nas suas conclusões finais, Haddad disse que “o futuro da democracia está em jogo e o futuro dos seus direitos sociais e trabalhistas está em jogo”.
Bolsonaro
Falando em seguida, Bolsonaro usou suas considerações iniciais para agradecer a votação que recebeu citando alguns grupos específicos, como lideranças evangélicas e integrantes das Forças Armadas.
Ele também agradeceu o apoio do Nordeste mesmo sem ter vencido na região e disse que “nós não pretendemos acabar com o Bolsa Família”, apenas com o que chama de “fraudes”.
Hoje, o candidato disse em entrevista à Rádio Bandeirantes que a porcentagem de fraudes chegaria a 30%, sem apresentar de onde saíram os dados.
No JN, ele foi perguntado também sobre declarações de seu vice, general Hamilton Mourão, de que a Constituição de 1988 foi um “erro”, da possibilidade de Constituinte sem representantes eleitos e aprovada por referendo, assim como de um “autogolpe”.
O candidato disse que Mourão foi infeliz e foi desautorizado. Segundo ele, faltou “tato” ao vice, que deu uma “canelada” nas ocasiões.
Bolsonaro acrescentou que jamais admitiria uma nova Constituinte: “Seremos escravos da nossa Constituição”.
Fonte: Exame