Por Guilherme Barbosa

Interesse pela Copa do Mundo 2018. Você tem? Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, 65,8% dos brasileiros estão pouco ou nada interessados pela Copa do Mundo 2018, que será realizada na Rússia entre 14 de junho (também conhecido como a próxima sexta-feira) e 15 de julho. O resultado da pesquisa foi a confirmação do que já era possível perceber nas ruas com poucas pessoas usando camisa da Seleção Brasileira e com raríssimas ruas pintadas com as cores do Brasil ou com referência à Copa.

Mas, afinal, por que isso está acontecendo logo com os brasileiros, tão acostumados a fazerem festa antes, durantes e (às vezes) depois da Copa do Mundo? Não sei responder ao certo, mas cheguei a alguns pontos que precisam ser levados em consideração.

Em primeiro lugar, é bem importante destacar que a pesquisa foi feita nos dias 24 e 25 de abril, quando o Brasileirão estava entre a 2ª e a 3ª rodada. Todavia, de lá pra cá a coisa não mudou (muito) de figura e a gente segue se perguntando sobre esse desinteresse.

Motivações para esse desânimo não faltam, vamos combinar, né?

16 anos sem chegar a uma final de Copa do Mundo – Estamos em um hiato de quase 16 anos (15 anos e 11 meses para sermos exatos) sem sequer chegar numa final de Copa do Mundo. É fato que entre 1970 e 1994 passamos um período ainda mais longo de jejum de finais, mas passamos de 1994 a 2002 (ou seja, três Copas do Mundo) chegando à final e em duas delas fomos campeões, um aproveitamento de 66%. De 2002 pra cá fomos eliminados em 2006 (nas quartas de final, para a França), em 2010 nas (quartas de final, para a Holanda) e em 2014 (oh, céus!), com o famigerado 7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais. Não satisfeitos, tomamos mais um fumo, dessa vez da Holanda, na decisão do terceiro lugar, dentro de casa!

Fracassos na Copa América – Nas Copas do Mundo as coisas não fluíram, também não nas edições da Copa América de 2011, 2015 e 2016 (Edição especial por conta do Centenário da competição). Se o Brasil é apontado como a melhor equipe das Américas, pelo histórico e também pelos resultados conquistados com Tite nas Eliminatórias da Copa 2018, esse favoritismo não se converte em grandes resultados desde 2007, quando fomos campeões sobre a Argentina com um 3 a 0 na final.

De lá pra cá, fomos eliminados da competição duas vezes para o Paraguai nas quartas de final, em 2011 e 2015. E não se iluda achando que isso foi o fundo do poço para a Seleção Brasileira. Em 2016, quando houve a edição especial em comemoração ao centenário da Copa América, fomos eliminados ainda na primeira fase, num grupo com Haiti, Equador e Peru. Só conseguimos vencer o Haiti, por 7 a 1. Contra Equador e Peru, o Brasil sequer chegou a marcar gol. Resultado de tudo isso? Ficamos, pela primeira vez na história, fora da Copa das Confederações.

Só para entendermos melhor os efeitos disso, lembremos justamente do clima de desconfiança que pairava no ar em relação à Copa de 2014, antes da Copa das Confederações, em 2013. Antes de sermos campeões sobre a Espanha, o bicho papão da época, era normal encontrar torcedores desconfiados. Depois do título sobre a temida Espanha, o clima de confiança tomou conta da maioria dos brasileiros, que se decepcionaram no ano seguinte com o 7 a 1 difícil de engolir.

Apaixonados pelas vitórias, talvez estejamos desdenhando daquilo que mais desejamos: voltarmos a ser a melhor seleção do mundo!

Se vai dar pra trazer hexa? Não sei. O jeito é: toca pro Ney e reza pra Jesus!