O governador da Bahia, Rui Costa, resolveu sair das cordas e adotou a estratégia de partir literalmente para o ataque aos professores das quatro universidades estaduais baianas, em greve há mais de um mês com uma pauta de reivindicações que inclui reajuste salarial e incremento de investimentos nessas unidades de ensino superior. A relação entre governo e grevistas está trincada desde 2015, mas piorou recentemente com o corte dos salários pelos dias não trabalhados, assunto que virou caso de justiça.

O Redação Brasil de hoje repercutiu uma declaração do governador – feita durante encontro com jornalistas – que tende azedar ainda mais as relações. Entre outras coisas, ele afirma que o movimento grevista foi partidarizado, ou, em suas próprias palavras, “apropriado por um partido político”, e afirmou que o povo pobre da Bahia não deve arcar com os “benefícios altíssimos” de um pequeno número de pessoas e que, por isso, não admitia atender à reivindicação dos professores em greve.

“Alguns podem dizer que estou acirrando os ânimos, mas é preciso que o povo saiba o que eles estão pedindo. O povo pobre, que é ambulante, que é taxista, que é motorista de ônibus, que é engenheiro… alguém vai pagar isso. O povo topa ficar pagando isso? Então me desculpe, não terá nunca minha concordância. De onde eu vim, eu aprendi que nós temos que garantir direito básico para a maioria do povo. Toda vez que você deixa um pequeno número de pessoas com benefícios altíssimos que a maioria do povo não tem, alguém tá pagando a conta. Infelizmente, quem tá pagando a conta são as pessoas mais pobres e de onde eu vim não posso concordar com isso”.

Confira o áudio do Governador Rui Costa