Segundo uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil, neste ano, apenas 4, em cada 10, brasileiros conversam frequentemente sobre orçamento familiar. A estrutura familiar, além de ser o mecanismo de reprodução de gerações com base na solidariedade, consiste em uma unidade econômica, que exerce o consumo diariamente. Normalmente, uma família conta com 1 ou 2 provedores, que compartilham sua renda com os demais membros, por meio do sustento dos filhos, por exemplo, e do apoio financeiro aos pais idosos. Diante de uma situação como essa, é necessário que as decisões sejam tomadas em conjunto, já que todos os membros sentirão os reflexos da utilização daquele dinheiro.

A renda de uma família pode ser categorizada em duas partes, a primeira é a renda não discricionária, que é o percentual já comprometido com as despesas fixas mensais, de caráter essencial, como: alimentação, moradia, vestuário, escola dos filhos; a segunda é a renda discricionária, ou seja, o valor que não se encontra comprometido com questões essenciais e pode ser utilizado de outras formas. É esse percentual de renda que define o padrão de vida e de consumo das famílias. Quando a renda discricionária é alta, a família geralmente tem acesso a bens de luxo, viagens mais caras e um status geral mais elevado. Alternativamente, uma renda discricionária baixa, é utilizada para fins como um eletrodoméstico comprado de forma parcelada, viagens mais modestas e restaurantes mais baratos.

Ocorre que, muitas famílias não conseguem desenvolver um orçamento em conjunto e acabam fazendo um mau uso da renda. Por não ter conhecimento do destino do dinheiro, não possuem controle do que pode ou não ser comprado, bem como da quantia disponível em caixa. Devido à ausência de controle de gastos, apresentam dificuldade para compor uma reserva financeira para emergências, e assumem um padrão de vida completamente diferente do que a sua realidade financeira permite. O resultado é sempre o mesmo: dívidas intermináveis, nome sujo, score de crédito baixo e um emocional fortemente comprometido.

O desejo de muitas famílias é sair de uma bola de neve como essa e a primeira recomendação é reunir todos que partilham da mesma renda e fazer um diagnóstico financeiro em três etapas: 1) analisar as receitas, despesas e dívidas; 2) avaliar criticamente o padrão de consumo adotado pela família; 3) definir racionalmente o que pode ser mudado. É muito importante que todos colaborem com o novo plano de ação, que será pensado para o bem de toda a família. Esse é o primeiro passo para progredir financeiramente e pode sim ser alcançado, com bastante determinação e disciplina.

Essa foi mais uma dica da Economista Kamile Araújo. Quer dicas de economia diariamente no seu instagram? Siga @poup.investvca e me acompanhe!

 

Kamile Araújo

​​​Economista

​Mestr​a em Economia Regional e Políticas Públicas

​C​​onsultora de Finanças Pessoais e Investimentos na Poup & Invest

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