O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, lançou ontem, no Rio de Janeiro, para prefeitos, secretários e políticos do estado, o Observatório Legislativo da Intervenção Federal da Segurança Pública do Estado do Rio, que visa dar transparência à intervenção federal que está sendo realizada no estado.

De acordo com Maia, o Observatório será formado por servidores federais e entra em operação no dia 1º de março. O objetivo é ter acesso aos dados da operação para análise, além de realizar estudos e garantir a transparência. Ele quer também que o Observatório gere dados para ajudar a entender a origem da violência e o impacto na evasão escolar no Rio. Ele cobrou que o planejamento da intervenção seja feito o mais rápido possível. “O planejamento (da intervenção) ainda está sendo elaborado. Queremos que saia o mais rápido possível, porque não podemos ficar nesse limbo, de ter a intervenção, mas não ter o planejamento”, disse Maia ao encerrar o evento que lotou o auditório de um hotel na zona sul do Rio.

Perguntado se a ação realizada pelo Exército ontem, de fotografar e fichar os moradores de três favelas do Rio, não seria um abuso contra os direitos humanos, Maia se esquivou dizendo que “é muito perigoso criticar a operação no seu início”, mas afirmou que assim que o Observatório for instalado as ações da intervenção serão analisadas e se tiver havido abuso, “a denúncia será encaminhada para órgãos competentes”.

Ele afirmou que o estado “não está sofrendo um momento de restrição de direitos” e que a população “acha positiva a intervenção”. “Não é ele (Estado) que impede o direito de ir e vir delas (pessoas), é o tráfico”, concluiu. Além da fiscalização da intervenção, o Observatório vai acompanhar a situação da educação e da saúde do Rio, para diagnosticar como esses setores podem melhorar, evitando que o “jovem vá para o tráfico”, nas palavras de Maia. De acordo com Maia, após ouvir declarações de prefeitos e professores no evento, “ficou clara a necessidade de o poder público encarar a escola como a arma mais poderosa de combate à criminalidade”, disse.

Fonte: Estadão