O prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) informa a decisão sobre a candidatura ao governo estado para seus aliados na próxima semana. O anuncio oficial acontece até o dia 7 de abril, provavelmente, no próprio dia 7. O compromisso foi firmado durante a reunião com a bancada de deputados estaduais na noite da última terça-feira (13).

Dos 21 parlamentares, 20 participaram do encontro com o líder político. Os deputados demonstrando preocupação com a possiblidade de Neto não disputar a chefia do Palácio de Ondina foram, como esperado, expressar o apoio.

Na conversa, o prefeito não entrou em muitos detalhes – seria difícil manter o sigilo diante de tantos presentes -, contudo, deixou claro que ainda avalia o cenário em dois segmentos: pesquisas e alianças com três partidos.

No que se refere às pesquisas, Neto revelou que o cenário é favorável. Os itens que causaram preocupação ao mandatário do campo político foram relativizados pelos aliados sob o argumento de que outras questões no levantamento apontam para outra direção.

“A população de Salvador quer que Neto continue como prefeito, mas sabe que ele pode fazer muito sendo governador, portanto, temos convicção de que há margem para convencimento dos soteropolitanos. Mais que isso, a saída dele para o governo não é algo visto como ‘traição’ ou descumprimento de compromisso”, afirma um dos presentes que pediu para não ter o nome publicado.

Mais uma pesquisa encomendada chegará às mãos do prefeito neste final de semana. O levantamento somado às tratativas com três partidos – o segundo segmento – selará o rumo de Neto nesta corrida eleitoral

A situação do MDB, PR e PP é o que vem consorciado com as pesquisas. Na reunião com os deputados, Neto não entrou em detalhes. O que disse é que está conversando com as três legendas e que não necessariamente se faz necessária a presença de todas para definir a candidatura.

O problema é que atualmente, o mais provável é que tenha apenas o PR nas suas fileiras. O PR chegará com uma fatura nada promissora. Tem pouco menos da metade do tempo de televisão do MDB, cinco deputados federais – no cenário ideal com Ronaldo Carletto e Roberto Britto -, mais um ou dois estaduais (Robinho e Luiz Augusto, sendo o primeiro certo em caso e o segundo duvidoso).

O MDB depende da situação do deputado federal Lúcio Vieira Lima. Ainda que seja cassado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, a influência e peso sobre a legenda na Bahia continuarão presentes de modo que Neto terá que lidar com os prós (tempo de tv e fundo eleitoral) e contras (malas com mais de R$ 51 milhões).

O PP depende de uma costura nacional que tem poucas chances de prosperar, embora em política não se possa descartar nenhuma hipótese minimamente possível. Ciro Nogueira, presidente nacional da sigla, tem simpatia pela candidatura de Rodrigo Maia (DEM) à presidência.