A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu na tarde de hoje (17), por unanimidade, aceitar a denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o tornou réu na ação que acusa o tucano de corrupção e obstrução da Justiça.

De acordo com a acusação feita pela Procuradoria-Geral da República, em junho de 2017, o parlamentar teria recebido R$ 2 milhões do empresário da JBS Joesley Batista como pagamento de propina e teria tentado ainda impedir as investigações da Operação Lava Jato. Os procuradores apontaram “farto material probatório” contra o mineiro.

A defesa do senador levantou questão sobre a suposta nulidade do processo por causa do envolvimento do procurador Marcelo Miller com os advogados dos irmãos Batista. No entanto, o STF entenderam que o ex-membro do Ministério Público Federal (MPF) agiu sozinho e em benefício próprio.

O placar da votação foi de 5 a 0 pelo recebimento da denúncia por corrupção passiva e 4 a 1 sobre a imputação em relação ao crime de obstrução de Justiça. O único voto divergente foi do ministro Alexandre de Moraes, ex- chefe do Ministério da Justiça e filiado ao PSDB, o partido de Aécio.

Nas palavras do ministro Marco Aurélio Mello, relator da ação contra Aécio, a rescisão da colaboração premiada da JBS “não contamina o que noticiado em termos de crimes”.

Ainda segundo o relator, há muitos sinais de que Aécio cometeu os crimes apontados na denúncia. “Surgem sinais de prática criminosa”, declarou.