Postado por Daniel Morais em 26 de fev de 2018
O governador Rui Costa partiu em defesa do seu antecessor e atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner, alvo da Operação Cartão Vermelho, da Polícia Federal, que o acusa de receber propinas de R$ 82 milhões supostamente desviados das obras da Arena Fonte Nova. O ex-ministro, o atual chefe da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster, e o empresário Carlos Dalton foram indicados pela PF nesta segunda-feira (26).
Em entrevista à imprensa, pouco depois de o auxiliar ter o celular, um computador e 15 relógios apreendidos, o chefe do Executivo baiano disse duvidar que a Parceria Público-Privada (PPP) entre o Estado e as empreiteiras OAS e Odebrecht tenha desviado R$ 450 milhões para campanhas políticas.
“Eu tenho absoluta confiança na lisura de tudo o que foi feito, porque conheço o ex-governador Jaques Wagner há 35 anos, e o processo de investigação comprovará esse processo de lisura do que foi feito. Até porque, as informações, os dados e os números que eu tenho, vocês podem comparar, é que o estádio da Fonte Nova, seja por metro quadrado, seja por assento, foi o mais barato entre todos que foram construídos no Brasil”, disse Rui, após o lançamento de editais do programa Bahia Produtiva, no Centro Administrativo, em Salvador.
O petista voltou a criticar a PF e sugeriu que os trabalhos desta segunda tinham sido vazados a parte da imprensa pela corporação. “Quando uma televisão chega antes nos locais onde vai ter uma operação judicial fica claro que a operação não tem o fim da investigação. Ela tem um fim jornalístico, um fim midiático e um fim político-partidário. É incompreensível, em qualquer lugar do mundo, em qualquer nação desenvolvida, a imprensa chegar antes de quem vai executar no local onde vai ter uma operação. Antes da polícia. É uma operação casada com uma visão midiática, com uma visão da propaganda negativa, no ano eleitoral. O nosso país, infelizmente, dia após dia só reafirma essa tendência de parcialidade de quem deveria ser imparcial no processo de investigação”, atacou.
Segundo Rui, Wagner – que é pré-candidato ao Senado pelo PT – fica na pasta até 6 de abril, prazo final para desincompatibilização do governo. “Nós vamos continuar trabalhando. Aqueles que têm a ideia de que podem nos atacar, e isso vai criar algum tipo de susto, podem ficar com o cavalinho debaixo da chuva, porque o trabalho não para e nós vamos continuar trabalhando com muita serenidade e com muita convicção de que a Bahia é exceção a essa regra nacional”, declarou.
Em nota, a Odebrecht disse que “está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala, e está comprometida a combater e não tolera a corrupção em quaisquer de suas formas”.
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Fonte: Metro 1