Poucas horas após a tragédia que deixou quatro pessoas mortas, devido ao desabamento de um prédio de três andares na localidade do Alto do São João, no bairro de Pituaçu, em Salvador, o prefeito ACM Neto (DEM) disse que o caso deve servir de “exemplo” para os moradores de áreas de risco da cidade. Ele pediu para os residentes de locais ameaçados “não correrem riscos”.

“Eu considero esse momento de extrema dor, eu quero até aproveitar para me solidarizar com essa família, mas que ele [desabamento], infelizmente, sirva de exemplo e de alerta para outras famílias que eventualmente construíram imóveis de maneira irregular, sem seguir os padrões de segurança e de engenharia. [Peço] que procurem a prefeitura. Nós não vamos punir ninguém. O objetivo é verificar os imóveis que não oferecem as condições mínimas de segurança e evacuar esses imóveis. Nós vamos acolher essas famílias, oferecer o abrigamento, vamos pagar o aluguel social, vamos discutir o futuro dessa família com um novo imóvel, mas não continuem nesses imóveis que são construídos sem o conhecimento do poder público”, clamou, em coletiva de imprensa para o lançamento da Operação Chuva 2018, no Palácio Thomé de Souza.

O democrata afirmou ainda que a administração municipal não tem como identificar todas as construções irregulares que ocupam, sobretudo, as encostas soteropolitanas. “É impossível a prefeitura ter conhecimento de todos os milhares de imóveis que são construídos em uma cidade de 3 milhões de habitantes, como é o caso de Salvador. […] O imóvel está em uma área que pertence ao Parque de Pituaçu, então sequer é uma área pública do Município”, declarou.

De acordo com o gestor, a construção era irregular e funcionários da Defesa Civil disseram que vizinhos relataram a ocorrência de uma rachadura no edifício na véspera da tragédia.

“Foi uma construção realizada sem o menor padrão de segurança, sem seguir os menores indicativos, no que se refere à segurança da engenharia, não havia alvará do Município ou autorização da prefeitura para a construção daquele imóvel. Nós temos […] depoimentos de funcionários e servidores que ouviram que, ontem mesmo, houve um princípio de rachadura nesse imóvel, mas a família relutou em procurar os órgãos mais adequados. Se por acaso os moradores tivessem acionado a Defesa Civil, automaticamente ela poderia ter interditado aquele imóvel e determinado o acolhimento às famílias”, disse.

Operação Chuva – A Operação Chuva deste ano, segundo o prefeito, vai atuar em duas grandes linhas de ação: prevenção e reparação de danos. Entre as intervenções previstas está o investimento de R$ 60 milhões em serviços de macro e microdrenagem, tapa-buraco, recuperação de escadarias, limpeza de canais, poda de árvores e outros serviços.

Também estão programados a aplicação de geomantas em 30 mil m² de áreas, a realização de “dezenas” obras de encostas e o lançamento de um aplicativo para que voluntários possam encaminhar em tempo real à Codesal a situação de locais ameaçados e comunicar ocorrências.

Fonte: Metro 1