Após meses de conversas e avaliações, a Prefeitura de Salvador já bateu o martelo sobre o Carnaval de 2021. O anúncio, no entanto, ainda deve levar alguns dias para ser feito.
“Nós já decidimos o assunto, há uma decisão tomada entre eu e ele. Mas, antes de qualquer coisa, a gente quer conversar com as pessoas envolvidas pra depois tornar pública essa decisão, o que deverá acontecer, repito, até segunda-feira da próxima semana”, disse o prefeito ACM Neto (DEM) durante a inauguração da terceira etapa das obras de requalificação da Avenida Aliomar Baleeiro (Estrada Velha do Aeroporto), na manhã desta terça-feira (17).
O “ele” a quem Neto se refere é o vice-prefeito Bruno Reis (DEM). De acordo com o atual gestor, a transição para o próximo governo já começou.
Há meses, o prefeito levantou o mês de julho como possibilidade para a realização da festa, uma vez que, dada a proximidade, fevereiro é apontado como opção remota. A pandemia não está controlada e ainda não há vacina contra a Covid-19. Além do Carnaval, na ocasião, Neto também falou sobre o Réveillon da cidade. Mas, neste caso, o anúncio deve ser feito entre quinta (19) e sexta-feira (20).
As escolas de samba e os blocos de rua do Rio de Janeiro decidiram que em fevereiro de 2021 não vai haver Carnaval devido à pandemia de Covid-19.
A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) e a Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro (Sebastiana) decidiram só pensar no carnaval após a liberação da vacina.
Essa é a primeira vez desde o início dos desfiles oficiais, em 1932, que o desfile das escolas de samba é postergado. Jorge Castanheira, presidente da Liesa, sugeriu a possibilidade de o Carnaval acontecer em julho ou apenas em 2022.
“[Não há] Nada resolvido. Zero novidades”, resumiu, em entrevista ao site Bahia Notícias.O assunto voltou à tona nesta segunda após circular a informação de que a festa momesca poderia ser realizada em meados de julho do próximo ano, em razão da pandemia do novo coronavírus.
No mês passado, Neto pontuou que havia uma análise para que o Carnaval fosse adiado de fevereiro para julho. À priori, isto deve ser anunciado para o público apenas em novembro. Enquanto isto, as autoridades aguardam o desenvolvimento da pandemia do novo coronavírus.
Para o virologista Gúbio Soares, pesquisador responsável por identificar o Zika Vírus no país, as pessoas só poderão voltar a se aglomerar na Bahia em 2021.
Soares acredita que o coronavírus permanecerá ativo na população pelos próximos dois ou três anos, por isso o baiano precisará repensar o seu modo de vida, isso inclui a realização de festas de grande porte, a exemplo do carnaval.
“Não pode ter nenhuma festa com aglomerações – réveillon, festa de largo, shows. Isso tem que ser evitado e só pode acontecer em 2021, depois de uma avaliação de como estará a pandemia. Não deve ter carnaval, principalmente, porque será um desastre total. O vírus está circulando e vai continuar circulando, as pessoas vão estar infectadas e vão transmitir em qualquer aglomeração”, afirmou.
Mas não é preciso ir tão longe. Não serão apenas festas como Lavagem do Bonfim, carnaval ou réveillon que deverão ser evitadas. De acordo com Gúbio Soares, passou de dez pessoas, já é aglomeração.
“Mais de dez pessoas já é aglomeração. Se você pegar dez pessoas e colocar no mesmo ambiente, já é aglomeração para o vírus. O vírus só necessita que uma pessoa esteja infectada para transmitir para outras pessoas em qualquer tipo de aglomeração”, disse.
A Bahia já totaliza, de acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), mais de 14 mil casos da Covid-19 e se aproxima de 500 mortes.
É esperado pelas autoridades municipal e estadual, para o mês de junho, um aumento no número de casos, avaliação compartilhada por Gúbio Soares, que acredita que o número de mortes vai dobrar no estado.