ma imagem curiosa marcou as ações de combate às fraudes veiculares da PRF BA em 2020. Dois automóveis Renault/KWID da mesma cor e com a mesma placa em exposição lado a lado. E isto só foi possível após abordagem e descoberta de uma modalidade de fraude, a clonagem de veículo.

O registro aconteceu no dia 18 de outubro de 2020, em frente a unidade operacional de Simões Filho, na Grande Salvador. Após ser avisada pelos PRFs que o clone acabara de ser apreendido na BR-324, a proprietário se deslocou com o veículo original até a UOP e o colocou lado a lado com o clone, agradecendo a ação dos policiais e relatou que estava recebendo multas em lugares que nunca trafegou e também pontos na carteira sem ter cometido infração de trânsito.

Clonagem não é um crime tão raro

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia recuperou de janeiro a dezembro do ano passado 907 veículos que circulavam com registro de roubo, furto ou clonado pelas rodovias federais que cortam o estado. O levantamento realizado representa um aumento de quase 86% em comparação ao mesmo período de 2019, quando foram recuperados 488 veículos nas estradas federais da Bahia.

A média de veículos recuperados em 2020 é de mais de 2,5 veículo por dia, representando o esforço contínuo do órgão no enfrentamento à criminalidade. Os números que ajudaram a alavancar os resultados da instituição, colocaram a PRF BA como campeã na quantidade de veículos recuperados nas rodovias federais do Brasil.

Na clonagem (cabrito), os criminosos trocam a identificação do veículo e seus documentos para que pareça ser um veículo regular. Neste momento o veículo recebe placas de outro veículo com características semelhantes e o proprietário desse veículo, que se encontra em situação regular, torna-se a segunda vítima dos criminosos pois passa, muitas vezes, a receber multas de trânsito e pontos na carteira (CNH) por infrações relacionadas ao veículo clonado e, em algumas situações o proprietário paga as multas sem ter conhecimento real do cometimento da infração.

Em suas ações, a PRF verifica uma série de modalidades que giram em torno dos crimes relacionados às fraudes veiculares. Essas modalidades vão desde o simples furto/roubo do veículo passando pela utilização de documentos falsos e receptação, o que pode dificultar a identificação do crime e por isso exige uma fiscalização minuciosa por parte dos policiais.

Outra modalidade utilizada é a revenda, alimentada pelo comércio ilegal desses veículos clonados, muitas vezes negociados em sites na internet por valores inferiores ao preço real do veículo. Nesta fase do crime temos a terceira vítima em potencial, o comprador que, inadvertidamente, passa a ter a posse do veículo clonado.