Postado por Redação Brasil em 27 de maio de 2019
Produtores quebrados, fazendas abandonadas e empobrecimento generalizado: este é o cenário sombrio que prevê o presidente da Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense (Coopmac), Jaimilton Gusmão, caso o café produzido no Planalto da Conquista continue sendo vendido abaixo do preço de custo. O fenômeno é derivado da política de algumas multinacionais de estocagem em grande escala do produto no mundo inteiro, por mera especulação.
“É preciso política para virar esse jogo. Criar leis para não ficar disseminando a pobreza. Vender um produto abaixo do que custou gera empobrecimento e pode deixar produtores quebrados e fazendas abandonadas”, alerta Jaimilton Gusmão, segundo quem “os preços estão aviltados, e estamos com os armazéns lotados em todas as cooperativas”, explica o presidente da Coopmac.
A safra média do Planalto da Conquista é de cerca de 800 mil sacas de café. Somente em 2018, um milhão de sacas foram colhidas. Para enfrentar o problema da superprodução, a Coopmac iniciou a construção de um novo galpão, com capacidade de armazenamento para 200 mil sacas. Isto porque a nova safra está chegando e a anterior ainda não foi totalmente escoada.
“O aumento do consumo do café do Brasil é o maior do mundo. Nosso consumo per capita ainda é muito baixo: o brasileiro consome cerca de seis quilos de café por mês, mas o potencial é chegar até 10. A cafeicultura passa por um processo de aumento de produção. A gente não consegue acompanhar o aumento do consumo, e o café hoje está sendo incentivado a ser produzido em muitos outros países. Mas o Brasil é protagonista, produz mais de um terço do café consumido no mundo e deve tornar-se o maior consumidor de café ano que vem”.