Postado por Daniel Morais em 07 de maio de 2018
Caso ocorreu no Hospital Esaú Matos, no município de Vitória da Conquista, na região sudoeste. Pai das crianças registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Uma mulher de 42 anos que estava grávida de 8 meses e meio, de gêmeos, perdeu as duas crianças e a família acusa um hospital da cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, de negligência por, supostamente, não ter prestado atendimento adequado à gestante. Um dos bebês, segundo contam os parentes, nasceu quando a mãe foi ao banheiro da unidade de saúde. O outro nasceu na sala de parto, mas também já estava morto.
O caso ocorreu no Hospital Esaú Matos. A mãe das crianças, Marizete Teixeira Santos, deu entrada na unidade médica na manhã de quarta-feira (2). Ela deu à luz no domingo (6), mas, quando nasceram. Nesta segunda (7), o pai das crianças registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Marizente e o marido, Gilmar de Souza Santos, têm outras duas filhas, de 23 e 16 anos, e, nos últimos meses, aguardavam com ansiedade a chegada dos gêmeos, dois meninos.
“A família toda muito animada, porque eram os primeiros gêmeos da família”, disse Jaqueline Teixeira Santos, filha mais velha do casal.
Conforme os parentes, Marizente teve uma gestação tranquila e fez todos os exames de pré-natal. Antes de ser levada para o hospital, ela sentiu dores e procurou um posto de saúde do bairro onde mora, em Conquista. De lá, foi encaminhada para o Esaú Matos.
Um relatório assinado por uma ginecologista aponta que Marizete estava na 34ª semana de gestação quando foi para a unidade de saúde. Além disso, conforme o documento, ela vinha apresentando perda de líquido há cerca de três dias e estava com dilatação de oito centímetros.
A família conta que foi feita uma ultrassom no hospital e que os médicos disseram que os bebês estavam com baixo peso e que, por conta disso, não seria possível fazer o parto.
“Ela estava com a barriga dura, muito dura, começou a sentir dores, perder líquido. O líquido foi escurecendo e começou o sangramento”, afirmou Jaqueline.
A mãe continuou na unidade de saúde e, no sábado (5), voltou a sentir dores e a perder líquido. Somente no domingo os bebês nasceram, sendo um dele no momento em que Marizete foi ao banheiro junto com o marido.
“Quando eu levei ela [no banheiro] o menino já saiu. Saiu já caído, já morto. É triste para uma mãe e um pai que quer ver o filho dele nos braços, mas infelizmente, acontece essas coisas”, disse o marido de Marizete.
Logo após o nascimento da primeira criança, ela foi socorrida por uma enfermeira, colocada em uma maca e, em seguida, teve o segundo bebê, que também já nasceu morto.
Os parentes dizem que Marizete não teve atendimento adequado. O marido dela, Gilmar, prestou queixa sobre o caso no Distrito Integrado de Segurança Pública de Vitória da Conquista. A mãe já teve alta. Os corpos das crianças permanecem na unidade de saúde. Ao registrar o caso na polícia, o pai dos bebês também pediu que seja realizada uma necrópsia nas crianças para saber a causa das mortes.
A Fundação Pública de Saúde de Vitória da Conquista (FSVC), responsável pelo Hospital Esaú Matos, informou, por meio de nota, que, durante o período em que a paciente Marizete ficou internada, recebeu toda a assistência clínica para ameaça de trabalho de parto prematuro, já que tratava-se de gestação de 34 semanas.
A Fundação de Saúde lamentou o ocorrido e disse que está empenhada em averiguar os fatos, por meio da Comissão de Investigação de Óbitos do hospital, para que as providências necessárias sejam tomadas. A Fundação ainda ressaltou que está prestando todo acompanhamento social e psicológico à família.
Fonte: G1