Postado por Daniel Morais em 27 de mar de 2018
Único deputado federal do MDB baiano, Lúcio Vieira Lima confirmou, em entrevista ao Metro1, que todos os cinco parlamentares estaduais vão deixar a sigla até 7 de abril. Ele não soube precisar o novo destino dos legisladores.
Até o momento, Luciano Simões Filho – único a se desfiliar oficialmente –, David Rios e Hildécio Meirelles já anunciaram publicamente a decisão, mas, de acordo com o emedebista, a troca se estende ao atual presidente da legenda na Bahia, Pedro Tavares, e a Leur Lomanto Júnior, que pretende ser candidato à Câmara em outubro.
“Isso é por uma questão eleitoral deles, não é com o PMDB. É conta. É matemática. Não tem caminho natural para ninguém. Ninguém quer casamento de elefante com jacaré. Leur vai sair, com certeza absoluta. Pedro sai com muita correção. Ele estava – e está – angustiado, e está indo com o coração partido. As bases políticas dele estão no PMDB. Isso só vai acabar em 2020, com o fim da coligação. Não estão fazendo isso porque querem, mas porque o sistema os obriga. Se não tivesse coligação, não saía nenhum. É fruto do atual sistema político. Estão jogando conforme a regra, com o regulamento debaixo do braço”, disse, ao pontuar as mudanças previstas na reforma política, da qual foi relator no Congresso.
Para substituí-los no pleito deste ano, a legenda vai apostar em “novos nomes”. “Eu tenho tempo de TV e fundo partidário. Até o dia 7, eu não digo a ninguém quem se filiou. Clube, quando anuncia quem vai contratar, chega outro e pega”, comparou.
ACM Neto – O deputado garante ainda que o esvaziamento não ocorre em função de uma retaliação a ele, supostamente promovida pelo prefeito ACM Neto (DEM). “Qual é o problema que eu tenho com Neto? Nenhum. Qual é a briga que tem com Neto? É especulação. Nos damos maravilhosamente bem. Neto comigo sempre foi muito correto. Desmentiu todas essas especulações e sempre disse palavras de muito carinho. Não tem queixa, até porque ninguém me deu motivo”, afirmou.
Temer – No entanto, Lúcio cogita a possibilidade de o MDB ter candidato próprio ao governo do Estado, devido à eleição nacional. “Se Michel Temer diz que é candidato, há uma possibilidade de fazer palanque. E é contra Neto? Neto não vai fazer palanque para Rodrigo Maia? Se Michel for candidato, eu vou fazer o quê? Tenho que ter o palanque para ele. Não é para dar porrada em A, B ou C. O PMDB vai defender as suas bandeiras”, afirmou, ao não descartar os nomes do ex-ministro João Santana e do coronel reformado Roberto Guimarães. “Pode ser qualquer um. Pode ser uma novidade, ou um ex-prefeito… O candidato vai estar na TV por 45 dias. O que é que o politico perde?”, indagou.
Bruno Reis – Já sobre o vice-prefeito Bruno Reis, que vai assumir a Prefeitura de Salvador, caso se confirme a renúncia de Neto, Lúcio Vieira Lima diz que o correligionário ainda não o procurou para comunicar a saída, mas não descarta que ele também troque de sigla. “O negócio é tão lógico. Se Neto for candidato, ele vai querer que alguém dê continuidade ao seu legado. O caminho natural de Bruno Reis é o DEM”, assinalou.
Sobre o próprio futuro, o emedebista diz que é “candidatíssimo” à reeleição.