Único deputado federal do MDB baiano, Lúcio Vieira Lima confirmou, em entrevista ao Metro1, que todos os cinco parlamentares estaduais vão deixar a sigla até 7 de abril. Ele não soube precisar o novo destino dos legisladores.

Até o momento, Luciano Simões Filho – único a se desfiliar oficialmente –, David Rios e Hildécio Meirelles já anunciaram publicamente a decisão, mas, de acordo com o emedebista, a troca se estende ao atual presidente da legenda na Bahia, Pedro Tavares, e a Leur Lomanto Júnior, que pretende ser candidato à Câmara em outubro.

“Isso é por uma questão eleitoral deles, não é com o PMDB. É conta. É matemática. Não tem caminho natural para ninguém. Ninguém quer casamento de elefante com jacaré. Leur vai sair, com certeza absoluta. Pedro sai com muita correção. Ele estava – e está – angustiado, e está indo com o coração partido. As bases políticas dele estão no PMDB. Isso só vai acabar em 2020, com o fim da coligação. Não estão fazendo isso porque querem, mas porque o sistema os obriga. Se não tivesse coligação, não saía nenhum. É fruto do atual sistema político. Estão jogando conforme a regra, com o regulamento debaixo do braço”, disse, ao pontuar as mudanças previstas na reforma política, da qual foi relator no Congresso.

Para substituí-los no pleito deste ano, a legenda vai apostar em “novos nomes”. “Eu tenho tempo de TV e fundo partidário. Até o dia 7, eu não digo a ninguém quem se filiou. Clube, quando anuncia quem vai contratar, chega outro e pega”, comparou.

ACM Neto – O deputado garante ainda que o esvaziamento não ocorre em função de uma retaliação a ele, supostamente promovida pelo prefeito ACM Neto (DEM). “Qual é o problema que eu tenho com Neto? Nenhum. Qual é a briga que tem com Neto? É especulação. Nos damos maravilhosamente bem. Neto comigo sempre foi muito correto. Desmentiu todas essas especulações e sempre disse palavras de muito carinho. Não tem queixa, até porque ninguém me deu motivo”, afirmou.

Temer – No entanto, Lúcio cogita a possibilidade de o MDB ter candidato próprio ao governo do Estado, devido à eleição nacional. “Se Michel Temer diz que é candidato, há uma possibilidade de fazer palanque. E é contra Neto? Neto não vai fazer palanque para Rodrigo Maia? Se Michel for candidato, eu vou fazer o quê? Tenho que ter o palanque para ele. Não é para dar porrada em A, B ou C. O PMDB vai defender as suas bandeiras”, afirmou, ao não descartar os nomes do ex-ministro João Santana e do coronel reformado Roberto Guimarães. “Pode ser qualquer um. Pode ser uma novidade, ou um ex-prefeito… O candidato vai estar na TV por 45 dias. O que é que o politico perde?”, indagou.

Bruno Reis – Já sobre o vice-prefeito Bruno Reis, que vai assumir a Prefeitura de Salvador, caso se confirme a renúncia de Neto, Lúcio Vieira Lima diz que o correligionário ainda não o procurou para comunicar a saída, mas não descarta que ele também troque de sigla. “O negócio é tão lógico. Se Neto for candidato, ele vai querer que alguém dê continuidade ao seu legado. O caminho natural de Bruno Reis é o DEM”, assinalou.

Sobre o próprio futuro, o emedebista diz que é “candidatíssimo” à reeleição.