Postado por Redação Brasil em 15 de maio de 2019
Todos os estados e o Distrito Federal registraram, nesta quarta-feira (15), manifestações contra o bloqueio de recursos para a educaçãoanunciado pelo Ministério da Educação (MEC). Pela manhã, houve atos em ao menos 149 cidades. Universidades e escolas também fizeram paralisações após convocação de entidades ligadas a sindicatos, movimentos sociais e estudantis e partidos políticos.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que não gostaria de contingenciar verbas, mas que isso é necessário. Ele também declarou que os manifestantes são “uns idiotas úteis, uns imbecis”.
“A maioria ali é militante. É militante. Não tem nada na cabeça. Se perguntar 7 x 8 não sabe. Se perguntar a fórmula da água, não sabe. Não sabe nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo utilizados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais do Brasil”, afirmou Bolsonaro nesta quarta, durante visita ao Texas (EUA).
Alunos e professores protestam na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contra os cortes na educação — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
- MEC bloqueou 24,84% dos gastos não obrigatórios dos orçamentos das instituições federais. Essas despesas incluem contas de água, luz e compra de material básico, além de pesquisas
- As verbas obrigatórias (86,17%), que incluem salários e aposentadorias, não serão afetadas
- Sindicatos e movimentos estudantis convocaram um dia de greve contra cortes de verbas que, segundo eles, podem paralisar as universidades
- O ministro interino da Economia, Marcelo Guaranys, disse que a arrecadação do governo foi abaixo do esperado e, por isso, foi feito o congelamento temporário de verbas
- O ministério informou que “está aberto ao diálogo” e que o ministro se reuniu com reitores de federais
Veja a situação dos protestos nos estados
São Paulo
Protesto fecha portão da USP — Foto: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Na capital paulista, estudantes e professores da Universidade de São Paulo (USP) — que é estadual, mas foi afetada pela suspensão de bolsas de pós-graduação — fecharam uma das entradas da instituição, na Zona Oeste da cidade.
Estudantes secundaristas também faziam manifestação, pouco depois das 7h, pelas ruas de Higienópolis, bairro nobre da região central de São Paulo.
Protesto no Largo do Rosário, em Campinas, contra bloqueio de verbas da Educação. — Foto: Luciano Calafiori/G1
Em Santos, no litoral, petroleiros também se juntaram ao movimento, que também incluiu a defesa das refinarias e o protesto contra a privatização e a reforma da Previdência. Em Bauru, estudantes e professores protestaram em ato em frente à Câmara Municipal. Estudantes e servidores de Boituva também participaram de ação na Praça da Matriz.
Também no interior, estudantes da USP e da Unesp fizeram atos em Ribeirão Preto e em Jaboticabal, além de Presidente Prudente. Em Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba e Suzano, no Alto Tietê, professores e estudantes se manifestaram pela manhã. Araraquara, Rio Claro e São Carlos também registram atos de alunos.
Rio de Janeiro
No Rio, universidades e escolas suspenderam as atividades para protestar. No início da manhã, não havia movimentação em escolas tradicionais como o Colégio Pedro II. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro estão entre as que confirmaram paralisação.
Na Região Serrana há manifestações em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo e algumas escolas estão sem aulas.
Bahia
Protesto reúne multidão em Salvador — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia
Manifestações também foram realizadas em Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus e Juazeiro do Norte, no interior do estado.
Ceará
Estudantes, professores e servidores fazem manifestação no Centro de Fortaleza — Foto: Natinho Rodrigues/SVM
Em Fortaleza, um grupo de estudantes de instituições federais do Ceará bloqueou a Avenida da Universidade, no Bairro Benfica. O ato começou por volta das 5h. Por volta de 7h20, os estudantes desbloquearam a via e seguiram para outro protesto no Centro de Fortaleza.
Juazeiro do Norte, Tauá, Crato, Sobral Cedro, Iguatu , Canindé, Crateús, Quixadá e outras cidades do interior do Ceará também tiveram mobilização de estudantes e professores.
Minas Gerais
Belo Horizonte (MG) tem protesto contra bloqueios na educação — Foto: Antônio Salaverry/Arquivo pessoal
Escolas municipais e estaduais, além de universidades e instituto federais das regiões da Zona da Mata e Campo das Vertentes também aderiram à paralisação.
Na região de Montes Claros servidores e estudantes aderiram ao movimento. Houve protestos em Almenara, Araçuaí, Janaúba, Porteirinha, Januária, Pirapora, Salinas e Teófilo Otoni.
Em Uberaba, alunos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) fizeram uma passeata. Em Divinópolis, servidores da rede municipal e estadual de ensino paralisaram as atividades.
No leste e no nordeste de Minas Gerais, estudantes e professores realizam um ato em Governador Valadares.
No Sul de Minas, atos ocorreram em Varginha e Poços de Caldas.
Sergipe
Em Aracaju, os manifestantes bloquearam um dos acessos ao campus da Universidade Federal de Sergipe. Estudantes também se concentraram na porta do Instituto Federal de Sergipe (IFS).
Tocantins
Estudantes bloqueiam portão de entrada da UFT em Palmas — Foto: Yonny Furukawa/TV Anhanguera
No interior do estado, também há manifestações em Gurupi, Araguaína, Dianópolis e Araguatins.
Pernambuco
Protesto contra o bloqueio de verbas na educação e a reforma da Previdência em Caruaru — Foto: Anderson Melo/TV Asa Branca
Em Pernambuco, houve paralisação de professores de universidades federais. Na Zona Oeste do Recife, professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) fizeram atendimento à população gratuitamente, como formar de conscientizar sobre a importância do serviço prestado. Em Caruaru, no Agreste pernambucano, e em Serra Talhada, no Sertão, manifestantes também foram às ruas.
Distrito Federal
Protesto contra bloqueio de verbas na Educação ocupa parte da Esplanada dos Ministérios, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução
Paraíba
Na Paraíba, instituições públicas de ensino básico, fundamental, médio e superior suspenderam as atividades. Além da capital, João Pessoa, cidades como Campina Grande, Sousa e Areia tiveram protestos.
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, escolas e universidades pararam as atividades. Em Porto Alegre, a Polícia Militar usou gás lacrimogênio e bombas de efeito moral para dispersar manifestantes na frente da UFRGS. Um grupo havia bloqueado a rua do local.
Na região de Santa Maria, ao menos 50 escolas municipais e estaduais amanheceram sem aulas. Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria bloquearam uma via da cidade. Também há protestos e paralisações em Rio Grande, Caxias do Sul, Panambi e Cruz Alta.
Maranhão
Manifestantes realizam ato contra bloqueio de verbas na educação na UFMA em São Luís — Foto: Douglas Pinto/TV Mirante
Em São Luís, manifestantes bloquearam a Avenida dos Portugueses. A presidente da Associação dos Professores da Ufma, Sirliane Paiva, afirmou que o corte invibializa o progresso do ensino público.
Alagoas
Concentração do protesto na Educação no Cepa, em Maceió — Foto: Michelle Farias/G1
Rio Grande do Norte
Escolas estaduais do Rio Grande do Norte suspenderam as aulas como forma de adesão ao protesto nacional.
Piauí
Manifestação contra bloqueios na educação ocupou a Rua Areolino de Abreu, no Centro de Teresina — Foto: Murilo Lucena/ G1 PI
Em Teresina, estudantes universitários e secundaristas ocuparam a Praça Rio Branco, no Centro, e seguiram até o prédio da prefeitura.
No interior do estado foram realizados protestos em Parnaíba, Cocal e Angical do Piauí.
Goiás
Goiás tem protestos contra bloqueios na educação — Foto: Izadora Resende/TV Anhanguera
Em Goiás, escolas e universidades suspenderam as aulas por conta dos atos. Além da capital, Goiânia, cidades como Jataí e Catalão também tiveram protestos.
Paraná
Manifestação UFPR — Foto: Reprodução / RPC
Em Curitiba, manifestantes se reuniram em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na praça Santos Andrade. Também há protestos em Maringá e Ponta Grossa.
Santa Catarina
Estudantes, professores e servidores participaram de um café da manhã no IFSC de Florianópolis — Foto: Júlio Ettore/NSC TV
Em Santa Catarina, houve manifestações de professores e estudantes em cidades como Florianópolis e Itajaí. Foram registrados atos em Florianópolis, Itajaí e Blumenau, no Vale; São Francisco do Sul e Camboriú, no Litoral Norte catarinense; Lages, na Serra; Joinville, no Norte; e Concórdia e Chapecó, no Oeste.
Amazonas
Em Manaus, servidores e alunos da Universidade Federal do Amazonas fizeram ato na Avenida Rodrigo Otávio, Zona Sul da cidade. Duas faixas da via foram bloqueadas pelos manifestantes.
Acre
Estudantes e servidores da Ufac fecham universidade e protestam contra bloqueio de verbas — Foto: Luízio Oliveira/Rede Amazônica
Na capital, centrais sindicais fecharam, pela manhã, a avenida Brasil, uma das principais do município. O movimento conta com ao menos 1,2 mil pessoas, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), organizadora do ato.
Mato Grosso do Sul
Manifestação na UFMS, em Campo Grande — Foto: Dyego Queiroz/TV Morena
Escolas municipais e estaduais, além de instituições federais em Mato Grosso do Sul aderiram à greve de um dia contra os bloqueios na educação nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã e Dourados. Há manifestações em câmpus de vários municípios de pelo menos duas instituições federais: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Instituto Federal de Mato Grosso do Sul.
Roraima
Ato bloqueia entrada do Campus Paricarana da UFRR, em Boa Vista — Foto: Arquivo pessoal
Pará
Manifestantes nas ruas de Belém — Foto: Kleyton Silva/ Ascom Sindtifes
No Pará, as universidades federais paralisaram as atividades. Segundo sindicato, em Belém, mais de 10 mil trabalhadores técnicos, estudantes e professores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Instituto Federal do Pará (IFPA) ficaram concentrados em frente ao prédio do Instituto de Ciências das Artes (ICA). Também houve atos em cidades como Marabá e Santarém.
Mato Grosso
Instituições federais, estaduais e municipais de educação em Mato Grosso também aderiram à mobilização nacional.
Espírito Santo
Protesto em Vitória — Foto: Luciney Araújo/ TV Gazeta
Rondônia
Estudantes e professores do Instituto Federal de Rondônia (Ifro)fizeram um manifesto no campus do Ifro de Guajará-Mirim (RO), na fronteira com a Bolívia. Os alunos e servidores se reuniram no Ifro e logo depois caminharam até a rotatória principal da cidade.
Em Porto Velho, estudantes da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir) protestaram no centro da cidade.
Amapá
Estudantes, professores e servidores se reuniram na entrada da Unifap, em Macapá — Foto: Carlos Alberto Jr/G1
Estudantes, professores e servidores protestaram no campus Macapá da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Com faixas, cartazes e caixas de som, o grupo fechou a entrada da universidade, localizada na Zona Sul da capital.
Fonte: Globo.com