Manuela D’Ávila, pré-candidata à presidência pelo PCdoB, esteve no programa “Roda Viva” dessa segunda-feira (25) e o que se viu foi um festival de manterrupting. Em inglês essa palavra é uma junção de man (homem) com interrupting (interrupção) e é usada para explicitar situações em que um ou mais homens fica(m) interrompendo a fala de uma ou mais mulheres, impedindo que ela(s) conclua(m) o que estava sendo dito.
Num dos momentos em que isso ficou mais evidente, o entrevistador Frederico D’Ávila – que é assessor de Jair Bolsonaro – perguntou a Manuela se ela é a favor da castração química. Em resposta, a deputada começou a falar sobre cultura do estupro, dizendo que a solução para o problema está na educação. Frederico não deixou ela concluir o que dizia, introduzindo à conversa uma indagação sobre nazismo e Exército Vermelho – o que nada tinha a ver com a questão do estupro. Além disso, o homem também chegou a dizer que a cultura do estupro não existe. (*Relembre: Como é ser mulher na ciência, segundo 4 pesquisadoras brasileiras)
Fonte: M de Mulher / AbrilEntrevista é quando um pergunta e o outro responde. Manuela não foi entrevistada. O vídeo é auto explicativo sobre o assunto tratado: um homem machista tentando calar uma mulher e fazendo valer a sua opinião a qualquer custo. pic.twitter.com/uv0q6cp2io
— Elika Takimoto (@elikatakimoto) 26 de junho de 2018
A pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB, Manuela D’ávila, desembarcou em Vitória da Conquista, nesse sábado, 9, com um discurso consistente e de defesa de sua pré-candidatura. Em coletiva com a imprensa e num ato na Câmara de Vereadores, não se esquivou de pedidos de selfies e de perguntas sobre temas áridos como machismo, política econômica e prisão do presidente Lula. “Eu sou pré-candidata à presidente porque eu acredito no Brasil, porque nós temos a obrigação de vencer as eleições”, disse.
Durante ato na Câmara de Vereadores, agradeceu a acolhida da população e do diretório municipal do PCdoB, que organizou o evento. “Vocês nos acolhem em nome de um povo que tem uma tradição de luta, uma tradição de resistência, uma tradição de dizer que o Brasil pode ser democrático, pode ser desenvolvido. Essa é Conquista na Bahia e no Brasil. Esse é o povo dessa cidade”, detalhou Manuela.
Manuela frisou que as eleições 2018 acontecerão num ambiente de altíssima complexidade. “O que nós estamos discutindo nessa eleição é se nós viveremos num Brasil de 2018 ou se nós voltaremos ao Brasil do século passado”, explicou. A pré-candidata defende que “não é possível governar para todos, é preciso fazer escolhas. A nossa escolha é 99% daqueles que habitam esse território, esse país fantástico”.
Em seu discurso, lembrou que os condutores do processo que levou à queda da presidente Dilma Rousseff prometiam conduzir o país “a uma ponte para o futuro” que se transformou em pesadelo para os brasileiros. “É o agravamento da crise. O pesadelo é o aumento do número de desempregados e desempregadas, que já soma 14 milhões”, ilustrou. Segundo Manuela, a ponte para o futuro levou o país a uma situação próxima a de séculos atrás. “Mais de um milhão de lares no Brasil hoje cozinham com álcool e lenha porque não têm dinheiro para pagar o botijão de gás”, lamentou.
Além de Vitória da Conquista, Manuela D´ávila passou por Salvador, Itabuna, Ilhéus, Camaçari e Juazeiro. Fizeram parte da comitiva da pré-candidata em terras conquistenses os deputados federais Daniel Almeida e Alice Portugal, o presidente do PCdoB na Bahia, Davidson Magalhães, o presidente do PCdoB em Vitória da Conquista, Elias Dourado, e o deputado estadual Fabrício Falcão.
Fotos: Arthur Garcia